Durante a sessão, foram discutidos projetos de defesa à mulher
Na manhã desta quarta-feira (24), a Câmara Municipal de Vereadores realizou a audiência pública sobre o mês de enfrentamento à violência doméstica. Durante a sessão, foi ministrada uma palestra sobre os diferentes tipos de violência, a fim de orientar a comunidade a reconhecer um relacionamento abusivo, e as formas de denúncias.
Para Carla Duarte, analista comportamental e especialista de inteligência do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF, os ciclos da violência contra a mulher acontecem em três etapas e precisam ser identificadas para evitar consequências irreversíveis, como o feminicídio.
“A primeira fase é o aumento da tensão, onde o agressor se mostra irritado por coisas insignificantes e começa a humilhar e ameaçar a parceira. Em geral, as vítimas tendem a negar o que está acontecendo e tentam justificar as ações violentas do agressor. A segunda fase, é o ato da violência em si, onde o agressor tenta agredir a vítima de forma verbal, física, psicológica, moral e patrimonial. A terceira é a do arrependimento, quando o agressor fica amável e tenta conseguir uma reconciliação; a partir de então esse ciclo vai se repetindo, até resultar no feminicídio”.
De acordo com a Secretária da Mulher, Jucelia Santos, há várias formas de orientar as mulheres em caso de violência doméstica. “A Secretaria disponibiliza assessoria jurídica, atendimento psicológico e assistencial para as vítimas. Além disso, temos a rede de proteção à mulher, que é formada pela delegacia, guarda municipal, CRAS, CREAS, Secretaria de Promoção Social, Secretaria de Segurança Pública, toda uma rede que trabalha em conjunto para atender as mulheres do município”.
Atualmente, a Secretaria da Defesa da Mulher e Diversidade Social oferece apoio a partir dos projetos ‘Secretaria Vai Até Você’, com o objetivo de atender as vítimas que moram em bairros mais distantes e não possuem condições de irem até a Secretaria em busca de ajuda; e ‘Secretaria Vai Até A Escola’, com palestras de orientação à educação básica.
“Acreditamos que ensinar a criança a ser um adulto que não venha causar nenhum tipo de violência contra a mulher influenciará positivamente no futuro. Então, estamos trabalhando bastante com isso, falamos sobre a lei Maria da Penha, pois precisamos desmistificar essa história de que ‘se meu pai batia na minha mãe, então eu posso bater na minha esposa’”, finalizou.
Como forma de colaboração para o Agosto Lilás, durante a sessão, o Vereador Paulo Jordão mencionou a criação do projeto de lei, que aborda a transferência da Secretaria da Mulher para a sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, e para que a DEAM funcione 24 horas por dia.
Ao fim da audiência, foram entregues moções de aplauso para a Secretária, Jucelia Santos, e para a delegada Lídia Castro. A sessão contou, também, com a presença do Vice-Presidente da Câmara, Zé Lopes, secretários, vereadores, equipes da APAE, do CREAS e da guarda municipal, e com a participação da comunidade.
Em Novo Gama, quem agride uma mulher agride o município inteiro. Denuncie: Ligue 180!
Por: Eduarda Araújo